quarta-feira, outubro 27, 2010

Paciente tratado com células-estaminais embrionárias
Out 24, 2010
O primeiro paciente a ser tratado, num estudo aprovado pelo governo americano, recebeu células-estaminais embrionárias que lhe foram injectadas.
O paciente, encontra-se no Centro Hospitalar de Shepherd, em Atlanta (centro especializado em tratar estes tipos de lesões), e está parcialmente paralisado após uma lesão medular.

De acordo com o protocolo do estudo, os pacientes devem ser injectados com células-estaminais 14 dias após a detecção da lesão. O julgamento envolve apenas os pacientes com lesões na medula óssea.
"Nós soubemos disto há já algum tempo, mas estávamos à espera que isto aconteça e esperamos que o paciente fique bem. Definitivamente, é um passo em frente", disse Susan Solomon, director executivo do New York Stem Cell Foundation.
Paul Sanberg, professor da neurocirurgia e director da Universidade do Sul da Flórida, Centro de Envelhecimento e Reparação Cerebral, acrescentou ainda: "Claramente, este é um bom presságio, no sentido de obter células estaminais para a clínica, especialmente na lesão da medula óssea. Trata-se de um estudo seguro, e uma vez que pode continuar, esperamos que haja boa eficácia."
Enquanto muitos cientistas e médicos estão a saudar este “descobrimento” como um marco, outros manifestaram algum nervosismo. "Há muita ansiedade em torno destes ensaios," Evan Y. Snyder, director do programa de células-estaminais do Sanford-Burnham Medical Research Institute em San Diego, disse ao Washington Post. "Não vai haver essa percepção de que se as células não têm bom desempenho, toda a área será ilegítima."
Traumatismos da medula óssea são apenas uma das várias condições e doenças que os cientistas esperam um dia ver tratada, curada ou prevenida com a terapia com células-estaminais. Outros incluem a doença de Alzheimer, Parkinson e diabetes.
A actual fase I do estudo, patrocinado pela Geron Corp de Menlo Park, Califórnia, é principalmente olhar para a segurança do uso de células-estaminais embrionárias neste contexto. Se tudo correr bem, mais tarde vai avaliar-se a eficácia desta técnica.
Em comunicado divulgado segunda-feira, Geron presidente e Dr. Thomas B. Okarma da CEO disseram que "este ensaio clínico é um marco para o campo dos direitos humanos e terapias de células estaminais embrionárias", acrescentou.
De acordo com o comunicado da empresa, outro centro, o Centro de Medicina de Northwestern em Chicago, também está a recrutar pacientes para um estudo semelhante. Ao todo, sete locais serão envolvidos no estudo, segundo o Post.
Terapias com células estaminais embrionárias humanas têm sido uma grande fonte de controvérsia e drama político ao longo dos anos. Logo no início da era do presidente George W. Bush, o seu governo proibiu o financiamento governamental para pesquisas com o projecto recém-criado de células-estaminais embrionárias, citando preocupações éticas que essas células poderiam representar para a vida humana.
Essa proibição foi revogada pelo governo de Obama, mas no final de Agosto, o juiz Royce Lamberth da Corte Distrital dos EUA declarou que o financiamento governamental da investigação com células estaminais embrionárias violou uma lei de 1996 proibindo o uso de dinheiro do contribuinte para esse trabalho. O governo Obama recorreu dessa decisão, e logo depois, um tribunal de apelações emitiu uma suspensão temporária da proibição de forma a poder ouvir todos os argumentos durante as semanas seguintes. Enquanto isto, funcionários do governo dos EUA anunciaram que os cientistas dos Institutos Nacionais da Saúde, poderiam retomar o trabalho/experiências com as células-estaminais embrionárias.
Entretanto, resultados de um novo inquérito realizado pela Harris Interactive/HealthDay, e divulgado na semana passada constatou que uma ampla gama de americanos, incluindo republicanos, católicos e cristãos renascidos, apoiou a investigação com células estaminais embrionárias. Quase três quartos (72%) dos adultos entrevistados acreditam que os cientistas deveriam ser autorizados a utilizar as células-estaminais embrionárias que sobram de procedimentos de fertilização in vitro para a busca de potenciais tratamentos ou formas de prevenir doenças como Parkinson, Alzheimer e diabetes.

segunda-feira, outubro 18, 2010

Análise de grande lucidez sobre a situação do país feita por Padre Fernando Ventura.
Por favor vejam. Vale a pena.

Parece que nada mudou...

Ausência de liderança, de memória, de consciência e de responsabilização.

"Acordem, meus amigos.

Vivemos numa BARRACA com um submarino à porta."

Agora, pensem bem nas opções que tomam!...

‘Os cromossomas não atam os atacadores’
Investigadores portugueses elucidam paradoxo da biologia celular na «Nature»
2010-09-08

Miguel Godinho, investigador principal do grupo de “Telómeros e Estabilidade Genómica”

Miguel Godinho Ferreira, investigador principal do Instituto Gulbenkian de Ciência (IGC), e a sua equipa elucidam um paradoxo com que os cientistas se deparam desde a descoberta dos telómeros (as pontas protectoras dos cromossomas), num estudo publicado na última edição da revista científica «Nature». Quando o DNA é danificado (por radiações ou fumo de tabaco, por exemplo) os cromossomas têm tendência a partirem-se, mas essas quebras são rapidamente unidas. No entanto, estas pontas naturais nunca se unem, permitindo desta forma a correcta segregação do material genético por todas as células do nosso corpo.

Infelizmente, em reposta a contínuas divisões celular, os telómeros desgastam-se e esta função protectora acaba por desaparecer à medida que envelhecemos. A perda resulta na junção das pontas dos cromossomas e, consequentemente, num “caos” genético - uma causa da formação de tumores em adultos. Compreender como as pontas dos cromossomas são protegidas da reparação de DNA e como as células respondem quando se perde essa protecção irá fornecer pistas importantes para a compreensão do envelhecimento, do cancro assim como de futuras intervenções terapêuticas.

As células respondem a quebras no DNA com a paragem da divisão celular, permitindo a acção dos respectivos mecanismos de reparação. Se as pontas dos cromossomas fossem também reconhecidas como DNA danificado, as células estariam constantemente a tentar repara-lo, o que levaria à morte celular e mutações. Os telómeros - as capas das pontas dos cromossomas formadas por proteínas e DNA - previnem que isto aconteça.


Modificação da histona
Através duma série de experiências meticulosas, a equipa Portuguesa, em colaboração com investigadores da Universidade de Illinois (Chicago), descobriu que o ponto fulcral reside na modificação duma proteína, uma histona, localizada nos telómeros. As histonas estão presentes ao longo dos cromossomas ajudando a empacotar DNA e têm um papel importante na regulação da actividade de genes. Os investigadores, que usaram como organismo modelo células de levedura de cerveja Africana (S. pombe), descobriram que esta histona presente nos telómeros não possuía o sinal químico necessário para induzir a paragem da divisão celular e consequente reparação.

Miguel Godinho Ferreira diz: “É incrível, mas parece que a capacidade da célula distinguir entre as pontas dos cromossomas e um dano no meio da cadeia de DNA reside nesta única alteração. De facto, ao longo do genoma esta histona retém o sinal químico, daí que se ocorrerem danos no DNA em qualquer outra região dos cromossomas, estes são reparados normalmente e as quebras unidas”.

As pontas dos cromossomas são constituídas pelos telómeros - estruturas protectoras compostas por proteínas e ADN.

Os telómeros podem ser comparados às capas plásticas protectoras dos atacadores de sapatos: perdendo-se estas capas, os atacadores desfiam-se e vão desaparecendo. Da mesma forma, os telómeros encurtam ao longo das sucessivas divisões celulares ao longo da vida de um organismo (isto é, com o envelhecimento). Os telómeros são normalmente elongados pela enzima telomerase. Contudo, após o nosso nascimento, ela deixa de ser expressa na maior parte das células no nosso corpo.

Consequentemente, os telómeros vão ficando cada vez mais curtos e, ao perderem o seu o efeito protector, enviam sinais para que as células parem de proliferar e comecem a envelhecer. Para evitar este bloqueio à proliferação celular, em 85 por cento de todos os cancros, as células cancerosas reactivam a enzima perdida e desta forma conseguem continuar a dividirem-se indefinidamente.

Embora a reparação do DNA deva ser prevenida nos telómeros, a maquinaria de reconhecimento de quebras desempenha uma função essencial na activação da telomerase e no alongamento dos telómeros. Miguel Godinho Ferreira acrescenta que "as células eucarióticas desenvolveram um mecanismo muito específico que permite recrutar e activar a telomerase enquanto todo processo de reparação ADN é impedido nos telómeros. O conhecimento dos detalhes da sua estrutura é crucial para que se compreenda a relação com o cancro, envelhecimento e outras doenças, bem como as múltiplas vias de intervenção que poderão conduzir a tratamentos mais eficazes”.

Continua dando particular ênfase à importância da investigação biomédica básica: “Quando Liz Blackburn, Carol Greider e Jack Szostak descobriram a telomerase e os telómeros nos anos 80, os galardoados do prémio Nobel em Fisiologia ou Medicina do corrente ano estavam longe de imaginar as implicações clínicas que estão agora a ser desenvolvidas. Tentavam ‘simplesmente’ resolver um problema académico relacionado com a síntese de novas cadeias de DNA durante a divisão celular. Da mesma forma, sentimo-nos honrados por poder agora contribuir para a elucidação deste mecanismo, mas conscientes que as implicações directas deste trabalho poderão ser visíveis só daqui a alguns anos”.

In www.cienciahoje.pt

quarta-feira, outubro 13, 2010

Gene da infertilidade
Mutações no gene NR5A1, também conhecido como SF1, podem responder por cerca de 4% dos problemas de infertilidade masculina por defeitos na produção de espermatozóides. A conclusão é de um estudo publicado no dia 30 de Setembro no American Journal of Human Genetics.
O estudo foi coordenado por Anu Bashamboo, do Instituto Pasteur, na França, que teve a colaboração de outras instituições. “O índice de 4% parece pequeno, mas em termos populacionais tem um peso muito importante”, disse um dos autores da pesquisa.
O Instituto Pasteur analisou 315 homens que apresentavam problemas na produção de espermatozóides e sequenciou o gene NR5A1 de todos eles, comparando os resultados com os de outro grupo formado por 2 mil homens que não tinham esse tipo de problema.
Foram encontradas mutações no NR5A1 dos voluntários que apresentaram alterações mais graves, como azoospermia (ausência completa de espermatozóides) e oligozoospermia (baixa concentração).
O gene NR5A1 codifica uma proteína fundamental que regula, entre outros factores, o desenvolvimento sexual adulto. A primeira relação entre o gene com alterações nas gónadas (ovários e testículos) e nas glândulas adrenais foi descoberta por John Achermann, investigador do Institute of Child Health, de Londres.
Posteriormente, a equipa da professora Berenice Bilharinho de Mendonça, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), descobriu que o NR5A1 também estava associado a casos menos graves em que não havia alterações adrenais.
“Esse foi um passo importante para associar o gene a casos de menor gravidade, porém mais prevalentes”, disse Ferraz de Souza.
O estudo ainda permitiu levantar a hipótese de que a mutação no NR5A1 pode provocar uma alteração progressiva na qualidade do líquido seminal, ou seja, a redução gradual do número de espermatozóides ao longo do tempo.
“Por enquanto, essa é apenas uma especulação baseada nas observações do estudo e que ainda precisa ser comprovada”, ressaltou um dos investigadores.
O artigo Human Male Infertility Associated with Mutations in NR5A1 Encoding Steroidogenic Factor 1 (doi:10.1016/j.ajhg.2010.09.009), pode ser lido por assinantes do American Journal of Human Genetics em www.cell.com/AJHG/abstract/S0002-9297%2810%2900477-5.

quarta-feira, outubro 06, 2010

Caríssimos alunos.
Decidi que vou disponibilizar, neste singelo blogue, alguns materiais que poderão ser úteis ao vosso estudo da Biologia e da Geologia. Serão coisas simples, pois eu ainda não domino a informática para poder fazer mais.
Gostaria que vocês colaborassem, visitando a página com frequência e postando os vossos comentários.
Em princípio, isto só vai funcionar regularmente até que a plataforma Moodle do Externato esteja a operar normalmente.
Espero que este blogue vos seja útil.
Um grande abraço.
Extracção de DNA

Tópicos para discussão

1. Quais são as estruturas celulares e qual a sua composição?

  • As membranas, celular e nuclear são compostas principalmente por lípidos. As proteínas encontram-se aprisionadas na bicamada lipídica.
  • Os organitos celulares são compostos por proteínas, ácidos nucleicos (DNA e RNA), envolvidos por uma membrana.
  • As paredes celulares das células vegetais são compostas essencialmente por polissacarídeos.
  • As pequenas estruturas celulares são compostas por substâncias com diferentes propriedades químicas, pelo que os procedimentos experimentais devem ser definidos de modo a separar um determinado constituinte celular das restantes partes, sem causar muitos danos.

2. Onde se encontra o DNA na célula?
Cerca de 99% do DNA encontra-se no núcleo da célula. O restante DNA encontra-se em locais específicos, como por exemplo organitos (as mitocôndria e os cloroplastos possuem o seu próprio DNA). Apesar de esses organitos terem o seu próprio cromossoma eles não podem contar com a sua informação. As mitocôndrias e cloroplastos necessitam de genes especiais situados noutros organitos. Para a maioria das funções, estes organitos utilizam os cromossomas nucleares.

3. Qual a função dos reagentes usados na experiência?
3.1. Sal?
A adição do sal (NaCl) no início da experiência proporciona ao DNA um ambiente favorável. O sal contribui com iões positivos que neutralizam a carga negativa do DNA. Numerosas moléculas de DNA podem coexistir nessa solução.

3.2. Detergente?
O detergente afecta as membranas porque elas são constituídas por lípidos. Com a rotura das membranas o conteúdo celular, incluindo as proteínas e o DNA, soltam-se e dispersam-se na solução. A função de algumas dessas proteínas é manter o DNA enrolado numa espiral muito apertada

3.3. Álcool?
O DNA não se dissolve no álcool, na concentração que usamos na nossa experiência. Como resultado, o DNA aparece à superfície da solução ou precipita. O DNA é menos denso que a água e a mistura aquosa dos restos celulares. Assim na nossa experiência ele surge à superfície da solução aquosa.

4 - Quais as semelhanças e as diferenças entre o DNA de origem animal e o de origem vegetal?
Todas as células de um organismo possuem a mesma colecção de cromossomas. Os cromossomas são ainda idênticos em todos os indivíduos de uma determinada espécie, ou seja a informação estrutural e funcional é essencialmente a mesma em todos os indivíduos. No entanto, existem pequenas diferenças no DNA de cada indivíduo de uma espécie. São estas pequenas diferenças (mas não necessariamente) que tornam distintas as habilidades de cada indivíduo para uma determinada função. O DNA é, por exemplo determinante na identificação de uma pessoa e muito utilizado para identificar indivíduos acusados criminalmente.
O DNA extraído das ervilhas não é todo igual, porque cada semente de ervilha pode derivar (mesmo sendo da mesma planta) de uma fecundação cruzada. Para além disso, cada ervilha tem cromossomas ligeiramente diferentes.
Em contraste, se a mistura de cebola cortada foi obtida de uma única cebola, o DNA recolhido será composto por várias réplicas dos mesmos cromossomas.
Do mesmo modo, se o fígado tiver origem no mesmo indivíduo, o DNA recolhido representa uma única colecção de cromossomas

5 - O DNA das ervilhas está morto?
O DNA é uma molécula, não está vivo ou morto.
Dos tecidos que usamos nas experiências, só as ervilhas e o fermento de padeiro (leveduras), se os escolherem são vivos. Se não acreditam que as ervilhas continuam vivas tentem faze-las germinar.
Apesar de parecerem mortas, estão apenas num estado de dormência.
Os outros tecidos usados para extrair DNA (cebola, fígado e células do epitélio bucal) só estão vivos quando fazem parte da planta viva ou do animal.

5.1. Como é que se pode extrair DNA de qualquer coisa morta?
O DNA é uma das moléculas mais estáveis que existem nas células. O DNA pode ser extraído praticamente intacto de ossos fossilizados, de sangue seco ou de um simples cabelo.

6 - Porque encontramos um teor muito elevado de proteínas nas ervilhas e não tão elevado na cebola e no fígado?
As ervilhas são sementes. Os tecidos de reserva das sementes fornecem energia e nutrientes para o crescimento do embrião, enquanto este abre caminho através do solo, até à luz do Sol, e se possa tornar fotossintético.
Os lípidos armazenados na semente são usados pelo embrião como fonte de energia (nós usamos glícidos armazenados nas raízes ou nos frutos das plantas como fonte energética). As proteínas armazenadas nas sementes asseguram também a nutrição da nova planta. À medida que a planta cresce, algumas proteínas são destruídas e as suas unidades estruturais (aminoácidos) são reutilizadas para sintetizar novas proteínas que a planta embrionária necessita para o seu crescimento.

7 - Como se justifica a grande quantidade de DNA extraído do timo?
O timo é uma glândula, constituída por pequenas células (linfócitos muito pequenos) onde o núcleo ocupa quase todo o espaço celular. Assim o material nuclear (cromossomas), é mais abundante que o restante material celular. Na mesma unidade de massa há mais células em relação aos outros tecidos utilizados.

8 - Porque motivo não se pode ver a dupla hélice que constitui a molécula de DNA?
A dupla hélice da cada molécula de DNA é demasiado pequena para se observar. Apesar de o DNA ser a maior molécula na célula, só pode ser visto com um microscópio electrónico. A razão pela qual podemos observar o DNA na nossa experiência é que temos milhões de cadeias de DNA e RNA aglomerados, para além de imensas proteínas.

terça-feira, outubro 05, 2010

Ácidos nucleicos

Conceitos Gerais

São as moléculas com a função de armazenamento e expressão da informação genética. Existem basicamente 2 tipos de ácidos nucleicos:

  • O Ácido Desoxirribonucleico - DNA
  • O Ácido Ribonucleico - RNA

Os ácidos nucleicos são macromoléculas formadas pela ligação tipo fosfodiéster entre 5 nucleotídeos diferentes, suas unidades fundamentais.

Os Nucleotídeos
São as unidades fundamentais dos ácidos nucleicos.
Ligam-se uns aos outros através de ligações fosfodiéster, formando cadeias muito longas com milhões de resíduos (nucleótidos) de comprimento.
Além de participarem da estrutura dos ácidos nucleicos, os nucleotídeos actuam também como componentes na estrutura de coenzimas importantes no metabolismo oxidativo da célula, e como forma de energia química - ATP, por exemplo.
Actuam ainda como ativadores e inibidores importantes em várias vias do metabolismo intermédio da célula.

Estrutura dos Nucleotídeos
Os nucleotídeos são moléculas formadas por:
  • Uma pentose
  • Uma base azotada
  • Um ou mais radicais fosfato

As Bases Nitrogenadas

Pertencem a 2 famílias e compostos, e são 5 no total:

  • Bases Púricas, ou Purinas: Adenina (A) e Guanina (G)
  • Bases Pirimídicas, ou Pirimidinas: Citosina (C), Timina (T) e Uracila (U)

Tanto o DNA como o RNA possuem as mesmas bases púricas, e a citosina como base pirimídica A timina existe apenas no DNA, e no RNA, é substituída pela uracila - que possui um grupo metil a menos.
Em alguns tipos de DNA virais e no RNA de transferência podem aparecer bases incomuns.

As Pentoses

A adição de uma pentose a uma base azotada produz um nucleosídeo.
Os nucleosídeos de A, C, G, T e U são denominados, respectivamente, Adenosina, Citosina, Guanosina, Timidina e Uridina.
Se o açúcar em questão é a RIBOSE, temos um ribonucleosídeo, característico do RNA.
Se o açúcar é a DESOXIRRIBOSE - 1 hidroxila a menos em C2 - temos um desoxirribonucleosídeo, característico do DNA.
A ligação com a base azotada ocorre sempre através da hidroxila do carbono anomérico da pentose.

O Fosfato
A adição de um ou mais radicais fosfato à pentose, através de ligação tipo éster com a hidroxila do carbono 5 da mesma, dá origem aos Nucleotídeos.
Os grupos fosfato são responsáveis pelas cargas negativas dos nucleotídeos e dos ácidos nucleicos.
A adição do segundo ou terceiro grupo fosfato ocorre em sequência, dando origem aos nucleotídeos di e trifosfatados.


O DNA

Está presente no núcleo das células eucarióticas, nas mitocôndrias e nos cloroplastos, e no citoplasma das células procarióticas.
Nas células germinativas e no ovo fertilizado, dirige todo o desenvolvimento do organismo, a partir da informação contida em sua estrutura.
É duplicado cada vez que a célula somática se divide.

Estrutura do DNA
O DNA é um polidesoxirribonucleotídeo formado por milhares de nucleotídeos ligados entre si através de ligações 3’, 5’-fosfodiéster
Sua molécula é formada por uma fita dupla antiparalela, enrolada sobre si mesma formando uma dupla hélice.

A Ligação Fosfodiéster
Ocorre entre o fosfato do carbono 5 da pentose de um nucleotídeo e a hidroxila do carbono 3 da pentose do nucleotídeo seguinte.
A cadeia resultante é bastante polar, e possui:

  • Uma extremidade 5’ - Fosfato de carbono 5 da pentose livre
  • Uma extremidade 3’ - Hidroxila de carbono 3 da pentose livre

Por convenção, as bases de uma sequência são sempre descritas da extremidade 5’ para a extremidade 3’.
As ligações fosfodiéster podem ser quebradas enzimaticamente por enzimas chamadas nucleases, que se dividem em:

  • Endonucleases - Quebram ligações no meio da molécula;
  • Exonucleases - Quebram ligações nas extremidades da molécula


A Dupla Hélice
Na dupla hélice do DNA, descrita pela primeira vez por Watson e Crick, as cadeias da molécula dobram-se em torno de um eixo comum e de modo antiparalelo - a extremidade 5’ de uma cadeia é pareado com a extremidade 3’ da outra cadeia. No tipo mais comum de hélice - "B" - o esqueleto hidrofílico de fosfatos e pentoses fica na parte externa, enquanto que as bases hidrofóbicas, fixadas à este esqueleto, ficam no lado de dentro da estrutura. A estrutura lembra uma "escada em caracol".
Há um pareamento de bases entre as fitas da molécula do DNA. Assim, temos sempre pareadas:

  • Adenina com Timina (A - T)
  • Citosina com Guanina (C - G)


As bases mantêm-se pareadas por pontes de hidrogénio (duas entre "A" e "T" e três entre "C" e "G").
As fitas do DNA podem ser separadas sob certas condições experimentais, sem rompimento das ligações fosfodiéster, e a dupla hélice pode ser desnaturada num processo controlado e dependente de temperatura.
Existem 3 formas estruturais de DNA:

  • A forma "B" - Descrita por Watson e Crick em 1953 e já citada acima, é a forma mais comum; a hélice é voltada para a direita e com 10 resíduos por volta, com planos de bases perpendiculares ao eixo da hélice.
  • A forma "A" - Obtida pela desidratação moderada da forma "B", também é voltada para a direita, mas possui 11 resíduos por volta e as bases estão em um ângulo de 20º em relação ao eixo da hélice
  • A forma "Z" - A hélice nesta forma é voltada para a esquerda e contém cerca de 12 resíduos por volta


A transição entre as formas de DNA pode desempenhar um papel importante na regulação da expressão genética.


O RNA

Actua como uma espécie de "cópia de trabalho", criada a partir do molde de DNA e utilizada na expressão da informação genética. A síntese de uma molécula de RNA a partir de um molde de DNA chama-se "transcrição".
Nesta transcrição, modificações podem ocorrer sobre a molécula de RNA transcrita, convertendo-a de uma cópia fiel numa cópia funcional do DNA.

Estrutura do RNA
Em relação ao DNA, quatro diferenças são importantes:

  • O RNA possui uracilo no lugar da timina na sequência de bases.
  • A pentose do RNA é a ribose.
  • O RNA é formado por uma fita única, com eventual pareamento de bases intracadeia.
  • A molécula do RNA é muito menor que a do DNA.

Existem 3 tipos de RNA, cada um com características estruturais e funcionais próprias:

RNA Ribossómico ou RNAr;

  • É encontrado, em associação com várias proteínas diferentes, na estrutura dos ribossomas, as organelas responsáveis pela síntese proteica.
  • Corresponde a até 80% do total de RNA da célula.


RNA de Transferência ou RNA Transportador, ou ainda RNAt;

  • É a menor molécula dos 3 tipos de RNA;
  • Está ligado de forma específica a cada um dos 20 aminoácidos encontrados nas proteínas.
  • Corresponde a 15% do RNA total da célula.
  • Fazem extenso pareamento de bases intracadeia, e actua no posicionamento dos aminoácidos na sequência prevista pelo código genético, no momento da síntese proteica.


RNA Mensageiro ou RNAm

  • Corresponde a apenas 5% do total de RNA da célula.
  • Actua transportando a informação genética do núcleo da célula eucariótica ao citoplasma, onde ocorrerá a biossíntese proteica.
  • É utilizado como molde nesta biossíntese.


Organização do Material Genético Eucariótico

O DNA total de uma célula mede em média 1 metro de comprimento!!
Para que um volume tão grande de material genético caiba dentro do núcleo da célula, o DNA interage com um grande número de proteínas.
Estas proteínas exercem funções importantes na organização e mobilização deste material genético.

As Histonas
As histonas são pequenas proteínas básicas, ricas em lisina e arginina, e carregadas positivamente em pH fisiológico, às quais se associa a molécula do DNA.
Suas cargas positivas, em associação com o catião Mg++, facilitam esta ligação com o esqueleto negativo do DNA e estabilizam o conjunto.
Existem 5 classes de histonas: H1, H2, H2B, H3 e H4.

Os Nucleossomas
São considerados as unidades estruturais dos cromossomas.
São formados por 8 moléculas de histonas: 2 H2, 2 H2B, 2 H3 e 2 H4, formando um octâmero regular sobre o qual se enrola a fita dupla do DNA, a quase 2 voltas por nucleossoma.
Os nucleossomas são ligados entre si por segmentos de DNA "ligante" de aproximadamente 50 nucleotídeos de comprimento, formando os polinucleossomas, ou nucleofilamentos.
Após vários níveis de organização espacial, ancorados por vários tipos de proteínas, chegamos à estrutura final dos cromossomas.
A histona H1 não participa da estrutura dos nucleossomas, mas sim liga-se ao DNA "ligante" e participa do processo de compactação das estruturas.